![]() |
Minha ruivinha. Foto: Brenda Pereira |
Faltavam
poucos dias para minha ruivinha ter a sua primeira experiência fora do nosso
círculo familiar, com a ida à escola, quando eu li uma matéria com o relato de
uma mãe sobre a discriminação sofrida por seu filho ruivo, de apenas 3 anos.
Imagine, você estar em num ambiente público, com seu pequeno, quando, de
repente, um garoto louco aparece e dispara palavras intolerantes, ameaçadoras,
por conta da cor do cabelo da criança? Um absurdo, né?
Confesso
que fiquei de certa forma abalada. Durante três anos Rebeca tinha ficado apenas
debaixo das nossas asas, sem tanto essa convivência externa e já ficava
pensando como seria a reação de outras crianças quando ela fosse à escola. O
cabelo vermelhinho dela chama muita atenção. Não tem como não perceber os
olhares, os comentários e as perguntas quando estamos com ela em lugares
públicos. Até aí tudo bem, mas qual mãe quer ver seu filho sendo discriminado? Na
expectativa de saber como poderia ser essa reação e se viveram alguma situação
de preconceito, o blog Conversinha de
Mãe conversou com uma ruiva e uma mãe de ruiva.
A diretora Comercial Elisangela
Brota é mãe de Sarah, uma linda ruiva, hoje com 17 anos. Ela contou que a filha
nunca foi vítima de discriminação em função da cor dos seus cabelos, nem mesmo
na escola, onde, normalmente, costuma ser mais frequentes esse tipo de
bullying. Mas revela que o fato de ser filha de uma negra causa espanto nas
pessoas. “Ela (Sarah) não consegue entender o motivo, pelo fato de ser
completamente normal para ela a questão da miscigenação racial”, disse.
![]() |
Sarah sempre gostou de ser ruiva |
![]() |
Catarina: ruiva natural, com muito orgulho! |
A
jornalista Catarina Gonçalves contou que pelas histórias que sua mãe relata
desde bebê ela sempre chamou muita atenção pela cor do cabelo. As pessoas
chegavam a pará-la no meio da rua para perguntar se ela pintava o cabelo da
menina. “Pergunta bem sem noção, por se tratar de uma criança, mas ela conta
que acontecia muito”, disse. Pois é! E o questionamento ainda acontece. “Acho
que o que mais ouço é ‘seu cabelo é natural?’. E eu respondo cheia de orgulho:
‘claro!’”.
Catarina
disse que não se recorda de ter vivenciado nenhum tipo de discriminação na escola.
Bullying não era um termo muito ouvido naquela época (nem tão longe assim,
vamos combinar!). “Se acontecesse algo era apenas ‘coisas de crianças’. O único
apelido que me recordo é ‘cabelo de fogo’, mas isso nunca me incomodou”,
completou.
A
cor do cabelo possivelmente foi “herança” do avô, que é levemente ruivo. E, na
família, o presente ficou apenas para Catarina. “Espero que minha filha ou
filho também seja”, disse. A cor de cabelo diferente das outras crianças nunca
foi problema para ela. Pelo contrário! “Sempre gostei de ser a única com o
cabelo diferente entre as minhas amigas. Lembro que ao entrar na adolescência
via minhas amigas começando a pintar os cabelos de loiro, de preto, etc, e
cheguei a me questionar como seria se um dia eu tivesse vontade de pintar o
meu. Mas essa fase logo passou e a vontade de pintar nunca apareceu.
Diferente
de tempos passados, o que se percebe hoje é uma “exaltação” aos tons ruivos de
cabelo. Catarina confirmou que percebe isso, sim! “Acho que muito por conta da
mídia, que ultimamente vem dando mais destaque a mulheres ruivas em novelas,
propagandas, filmes e etc. E, como tudo que está na TV o povo quer copiar,
parece que ser ruiva ‘tá na moda’.
Conviver com as diferenças
Felizmente,
hoje, já passados dois meses depois da chegada de minha Rebeca à escola, posso
dizer que estou aliviada porque não aconteceu nada, embora os cachinhos ruivos
despertem a atenção de muita gente. Mas, estando na moda ou não a cor dos
cabelos dela, da Sarah e da Catarina, o fato é que algumas crianças
(principalmente elas!) sofrem bullying por conta de alguma característica
diferente que tenham. Sejam os mais gordinhos, negros, porque usam óculos,
porque têm outro sotaque, um credo diferente enfim... Cabe a nós, pais e
responsáveis pela formação dessas crianças, ensinar (e, principalmente, mostrar
em nossas ações) que devemos conviver com as diferenças e, mais que tudo, RESPEITAR
TODAS AS PESSOAS.
É
como falou Elisângela Brota: “O preconceito nasce no seio da família. Se
soubermos conduzir os acontecimentos sem vitimização, sem agressão e com bom
humor, construiremos com certeza um ser humano sem barreiras. Sou descendente
de negros e índios e as minhas filhas são descendentes de negros, índios e
alemães. Elas cresceram sem visualizar essas diferenças, foram criadas para
observar o caráter e não a cor da pele”, relatou.
Beijos
Siga-nos
nas redes sociais:
@conversinhademae
(no Instagram)
@conversinhadmae
(no Twitter)
Curta
nossa página no Facebook: https://www.facebook.com/conversinhademae
Nenhum comentário:
Postar um comentário