Aqueles
minutinhos de silêncio em casa ou aquele instantinho que a criança fica sozinha
enquanto a gente faz algum serviço pode se transformar em uma grande
preocupação depois, especialmente quando se tem filhos com idade até três,
quatro anos. Nessa faixa etária, quando ainda estão na fase oral, é comum
colocarem peças pequenas no nariz, boca e ouvido.
Aqui
em casa situação assim nunca aconteceu (felizmente!), mas conversando com
outras mães com filhos na mesma faixa de idade da minha Rebeca (2 anos e 7
meses) que já passaram por esse sufoco, decidir escrever um post aqui para
alertar sobre esses casos. Esse alerta é importante, principalmente nesse
período de férias, quando as crianças estão mais tempo em casa.
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Giovana e a mamãe Danielle |
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João Davi com a mamãe e o papai |
No
caso de João Davi, filho de Ana Sales Canuto, não foi uma, mas duas bolinhas de
isopor que ele introduziu nas narinas. Assim como Giovana, ele encontrou um
pedaço de isopor em casa, esfarelou e colocou as bolinhas no nariz. Ana viu que
o garoto, de dois anos e meio, não estava com a respiração normal e olhou,
quando viu as bolinhas, retirou-as com uma pinça. Com o susto, a mamãe, grávida
de seis meses, quase adianta o parto. “João Davi quase que faz Joaquim vir mais
cedo do susto com isopor no nariz”, disse.
Em
caso de início de sufocamento, o médico orienta, primeiro, calma e depois
começar manobras emergenciais para evitar que a criança fique sufocada. A orientação
dele é colocar a criança contra seu peito, de costas, e fazer pressão forte
para que o objeto seja expulso do organismo. Em alguns casos, esse procedimento
pode salvar a vida da criança, pois, a depender do engasgamento, pode ser tarde
esperar chegar até a unidade de saúde mais próxima.
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Rodrigo já deu uns sustinhos na mamãe Karla |
Uma
das peripécias de Rodrigo, também de quase três anos, a mamãe Karla Góes só foi
saber depois que o próprio organismo dele expulsou. Quando ela foi limpar o
ouvido do garoto, saiu um pedaço grande de cera escura com um pontinho dourado.
“Quando apertei vi que era a ‘porca’ de um brinco”, contou. Há duas semanas, um
novo susto. Ele tirou um pedacinho de borracha do ouvido. Dessa vez ele contou
que tinha colocado na escola, mas estava bem raso deu para tirar com haste
flexível.
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Marcos Kröger |
Perigo dentro de casa
Estatísticas
mostram que mais de 80% dos casos de aspiração de corpo estranho ocorrem entre
crianças de até os três anos de idade. Segundo o médico e diretor Clínico do
Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), Marcos Kröger, esse tipo de acidente é
mais comum nessa faixa etária até os três anos porque é quando a criança está
se descobrindo. “É a fase oral e a criança ainda não consegue diferenciar o que
é boca e acaba introduzindo esses objetos no nariz e ouvido também”, disse.
Segundo
ele, entre os corpos estranhos mais comuns de serem aspirados estão pilha de
relógio, caroço de milho, de feijão, peças pequenas de brinquedos, bateria
botão (aquelas de brinquedos eletrônicos), entre outros. “Isso é muito
perigoso, porque esse corpo estranho pode parar nas vias aéreas e a criança
morrer sufocada. No caso de deglutição de pilha é ainda mais perigoso porque tem
material corrosivo e pode chegar ao estômago”, disse.
De
acordo com o médico, nessa fase é muito importante a vigilância dos pais e de
quem fica mais tempo com a criança. “Essa é uma fase muito complicada. A criança
não pode ficar sozinha. E, além da vigilância, os pais devem ensinar desde cedo
o que não pode pegar e colocar na boca”, destacou.
Acidentes domésticos
Semana passada, o filho do cantor canadense Michael
Bublé, Noah Bublé, de quase dois anos,
foi internado em um hospital da Argentina. O garoto teve graves queimaduras no
corpo causadas por água fervente. Em torno de 85% dos acidentes com
crianças acontece no ambiente doméstico e pelo menos 90% deles poderiam ser
evitados com atitudes de prevenção.
A
cada fase da criança os tipos de acidentes vão modificando. Depois desse tempo
de acidente com ingestão de objetos, com a criança um pouco maior, na fase das
correrias, vem os acidentes causados por quedas e queimaduras. “A cozinha
requer muita atenção, especialmente com as panelas, que devem estar na parte de
trás do fogão ou com os cabos virados para dentro, para evitar que a criança
puxe ou a panela caia em qualquer esbarrão no fogão, causando queimadura”,
alertou Kröger. Quedas de escadas e batentes, além de acidentes com afogamentos
também são muito comuns nessa idade.
Já na
fase pré-escolar, até os oito anos, também acontecem os acidentes por atropelamento.
Isso porque, disse o médico, a criança ainda não tem discernimento total da sua
capacidade de fazer cálculo de velocidade e espaço. “Aí acontecem acidentes
muitas vezes de atropelamento porque o cérebro dela não amadureceu totalmente,
o que só acontece por volta dos 12 anos”, disse.
Para
o diretor Clínico do Huse, seria muito importante que os pais passassem por
capacitação de como agir nesses casos de acidentes domésticos com crianças. Marcos
Kröger disse que esses cursos poderiam ser dados em postos de saúde, associação
de moradores, por profissionais de saúde e socorristas, ensinando os pais como
agir nesses casos de urgência e assim tivesses condições de saber o que fazer
nesses momentos. “Se os pais forem treinados, pode-se evitar um mal maior”,
destacou.
Beijos
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