Depois
que passa o período de amamentação exclusiva com o leite materno, começa uma
tarefa que não é das mais fáceis para algumas mamães: começar a introduzir
novos alimentos na dieta dos bebês. Uma frutinha aqui, uma papinha ali, depois
alimentos mais sólidos... A questão é que nem sempre os pequenos são tão
receptivos a algumas dessas novidades. Falo isso por conhecimento. Mãe de duas
meninas, tive as minhas dificuldades com cada uma delas. A menor, até hoje, não
come fruta. Tolera, apenas, abacaxi.
É
somente depois dos seis meses de idade que o organismo da criança está
preparado para receber alimentos além do leite. Para auxiliar os pais nessa
tarefa, garantindo uma alimentação saudável para os pequenos, o Ministério da
Saúde elaborou um guia alimentar para crianças menores de dois anos.
Fornecer
uma alimentação saudável, balanceada e com todos os nutrientes que a criança
precisa para se desenvolver bem é fundamental, pois isso vai contribuir para o
seu crescimento, evitando que tenham prejuízos no seu desenvolvimento, entre
outros problemas. A elaboração desse guia alimentar faz parte da Estratégia
Nacional para Promoção da Alimentação Saudável (Enpacs) e traz 10 passos
simples para pais cuidadores nesta primeira fase de vida das crianças.
São
eles:
Passo 1: Dê somente
leite materno até os 6 meses de vida da criança, sem oferecer água, chás ou
qualquer outro alimento. O Leite materno contém tudo que a criança precisa
nesta fase, inclusive água. O leite dos primeiros dias pós-parto, chamado de
colostro, é produzido em pequena quantidade e é o leite ideal nos primeiros
dias de vida, até para bebês prematuros, pelo seu alto teor de proteínas.
Passo 2: Ao completar 6
meses, introduza de forma lenta e gradual outros alimentos, como papa de frutas
e papa “salgada”, preparada com vegetais e com carne na consistência de purê. É
muito importante manter o leite materno até os dois anos de idade ou mais, pois
ele continua alimentando a criança e protegendo-a contra doenças. Com a
introdução dos alimentos complementares é importante que a criança receba água
nos intervalos. A água oferecida deve ser a mais limpa possível (tratada,
filtrada e fervida).
Passo 3: Ao completar 6 meses, os pais podem dar
alimentos complementares, como cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas
e legumes três vezes ao dia, composto também por grãos (cereais e feijões), e
verduras. Complementa-se a oferta de leite materno com alimentos saudáveis que
são mais comuns à região e ao hábito alimentar da família. Os alimentos
complementares contribuem com o fornecimento de energia, proteína e
micronutrientes, além de preparar a criança para a formação dos hábitos
alimentares saudáveis no futuro.
Passo 4: A alimentação
complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da
família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança.
Geralmente há uma expectativa muito maior sobre a quantidade de alimentos que
as crianças necessitam comer. Assim, a oferta de um volume maior de alimentos
que a capacidade gástrica da criança pequena, resulta na recusa de parte da
alimentação, podendo causar ansiedade dos pais ou cuidadores. Por outro lado,
no caso da criança maior, este comportamento pode ser um fator de risco para
ingestão alimentar excessiva e sobrepeso da criança. Lembre-se que o tamanho da
refeição está relacionado positivamente com os intervalos entre as refeições.
Isto é, grandes refeições estão associadas a longos intervalos e vice-versa. É
importante que o intervalo entre as refeições seja regular (2 a 3 horas).
Passo 5: A consistência
da alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de
colher. Gradativamente, os pais e cuidadores podem iniciar com a consistência
pastosa (papas/purês), aumentando a consistência aos poucos até chegar à
alimentação da família. Como a criança tem capacidade gástrica pequena e
consome poucas colheradas no início da introdução dos alimentos complementares,
é necessário garantir o aporte calórico com papas de alta densidade energética.
As refeições, quanto mais espessas e consistentes, apresentam maior densidade
energética (caloria/grama de alimento), comparadas com as dietas diluídas, do
tipo sucos e sopas ralas.
Passo 6: Oferecer à
criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação
colorida. Os nutrientes estão distribuídos nos alimentos de forma variada, e
estes são classificados em grupos, de acordo com o nutriente que apresenta em
maior quantidade. Por exemplo, no grupo das frutas o mamão é fonte de vitamina
A e o caju é fonte de vitamina C. A oferta de diferentes alimentos, durante as
refeições, como frutas e papas salgadas, vai garantir o suprimento de todos os
nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento normais. As carnes e o
fígado, além de conter o ferro orgânico de alto aproveitamento biológico,
facilitam a absorção do ferro inorgânico contido nos vegetais e outros
alimentos, mesmo que adicionados em pequenas porções.
Passo 7: Estimular o
consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. A criança que desde
cedo come frutas, verduras e legumes variados, recebe maiores quantidades de
vitamina, ferro e fibras, além de adquirir hábitos alimentares saudáveis. As
frutas, legumes e verduras são as principais fontes de vitaminas, minerais e
fibras. Os alimentos do grupo dos vegetais podem ser, inicialmente, pouco
aceitos pelas crianças pequenas. Normalmente, elas aceitam melhor os alimentos
com sabor doce. É importante não substituir o almoço e jantar por refeições
lácteas ou lanches. A criança deve receber uma preparação mais elaborada nesses
horários.
Passo 8: Evite açúcar,
café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinho e outras
guloseimas, nos primeiros anos de vida. Também utilizar o sal com moderação. Já
foi comprovado que a criança nasce com preferência para o sabor doce, portanto
a adição de açúcar é desnecessária e deve ser evitada nos dois primeiros anos
de vida. Essa atitude vai fazer com que a criança não se desinteresse pelos cereais,
verduras e legumes, aprendendo a distinguir outros sabores.
Passo 9: Cuide da
higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e
conservação adequados garante a saúde da criança. Os cuidados de higiene na
preparação e na oferta dos alimentos evitam a contaminação e doenças como a
diarreia. Os maiores problemas dessa ordem são a contaminação da água e
alimentos, durante sua manipulação e preparo, inadequada higiene pessoal e dos
utensílios, alimentos mal cozidos e conservação dos alimentos em temperatura
inadequada. Os alimentos consumidos pela criança ou utilizados para preparar as
suas refeições devem ser guardados em recipientes limpos e secos, em local
fresco, tampados e longe do contato de moscas ou outros insetos, animais e
poeira. As mãos devem ser bem lavadas com água e sabão, toda vez que for
preparar ou oferecer o alimento à criança.
Passo 10: Estimule a
criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação
habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação. A criança
doente precisa comer mais para não perder peso e recuperar-se mais rápido. Por
isso, é importante manter a amamentação e oferecer os alimentos saudáveis de
sua preferência. Por exemplo, a criança com infecção ingere menos alimentos
pela falta de apetite, porque está vomitando ou porque sente cólicas e gasta
mais energia devido à febre e ao aumento da produção de alguns hormônios e
anticorpos. O aleitamento materno é a melhor e mais eficiente recomendação
dietética para a saúde da criança pequena. O leite materno protege contra as
infecções e contribui para que elas sejam menos graves, fornecendo agentes
imunológicos eficazes e micronutrientes que são melhor absorvidos e
aproveitados. Logo que a criança recupere o apetite os pais podem oferecer mais
uma refeição extra ao dia, pois no período de convalescença o apetite da
criança aumenta para compensar a inapetência da fase aguda da doença.
Beijos
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Fonte: Blog da Saúde
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