Todos
os anos no Brasil, mais de 1.100 crianças morrem vítimas de afogamentos. Em
2011, segundo informações do Datasus, banco de dados do Sistema Único de Saúde,
1.115 crianças de 0 a 14 anos morreram e 293 foram hospitalizadas. Sendo que a
maior incidência de mortes foi entre crianças de 1 e 4 anos com 422 casos,
representando 37% do total, e em segundo lugar, as crianças de 10 a 14 anos,
que representaram 36% dos casos, 407 registros.
Estes
afogamentos acontecem principalmente em águas naturais e abertas, com 424
mortes (38%). A região mais afetada foi a Nordeste, com 397 fatalidades (35%).
Na região Sudeste, foram 297 mortes (26,6%), no Norte 200 (17,9%), no Sul 122
(10,9%) e no Centro-Oeste 99 (8,9%). Porém, ao analisar as regiões do Brasil
por taxa, a região Norte foi a mais afetada com 4 mortes a cada 100 mil
habitantes.
Os
estados mais afetados por número absoluto foram São Paulo, com 132 mortes
(11,8%), Bahia 105 (9,4%), Minas Gerais 91 (8%). Analisando por taxa, a Bahia
foi o estado mais afetado com 3 mortes a cada 100 mil habitantes.
Observa-se
ainda uma grande diferença entre os meninos, que representaram 66% das mortes,
com 755 casos registrados, enquanto as meninas representaram um número menor.
Foram 360 casos que representaram 34% do total de vítimas.
Outro
problema que tem preocupado são as piscinas. O número de mortes,
comparativamente, não é tão significativo: 89 mortes, neste mesmo ano. Porém, o
que mais chamou atenção da mídia no ano de 2014, foram as mortes envolvendo os
ralos das piscinas. As crianças ficaram presas por partes do corpo ou pelo
cabelo.
Segundo
estudos do dr. David Szpilman, Médico, especialista em afogamento e chefe da
Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Miguel Couto; e sócio fundador,
e atual diretor Médico da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa),
a maioria dos afogamentos acontece em águas naturais, doces e abertas.
A
facilidade com que este acidente pode ocorrer agrava-se devido a duas
características principais do afogamento. Geralmente ele é rápido e silencioso.
Por este motivo, a adequação no ambiente e a supervisão do adulto são
essenciais para evitar este risco.
Em
casa, por exemplo, é importante lembrar que apenas três dedos de água em um
balde esquecido na cozinha já representam perigo significativo para uma criança
que está começando a andar. Elas têm cabeça mais pesada e gostam de brincar com
água, podem se virar e não conseguem voltar. Apenas 10 segundos são suficientes
para que a criança fique submersa na banheira; 2 minutos são suficientes para
que a criança, submersa, perca a consciência e de 4 a 6 minutos para que a
criança fique com danos permanentes no cérebro.
Prevenção
Além
da supervisão total do adulto, outras medidas podem evitar este acidente: usar
colete salva-vidas, esvaziar e armazenar em locais altos os baldes, bacias e
banheiras após o uso, fechar vasos sanitários e banheiros, tampar ou esvaziar
os tanques, esvaziar piscinas infantis e tampar com lona bem presa as piscinas
“regan” após o uso.
As
piscinas devem ser protegidas com cercas de pelo menos 1,5 m, alertas sonoros
de movimento também podem ser usados e os ralos cobertos com tampa especial
para evitar a sucção de partes do corpo.
Outras
formas de prevenção, também importantes, são ensinar a criança a nadar a partir
dos quatro anos e os responsáveis aprenderem técnicas de primeiros socorros em
caso de uma emergência.
“Prevenção
é melhor que qualquer vacina”, alerta a dra. Simone Abib, cirurgiã pediatra e
presidente do Conselho da Criança Segura. Outra boa dica para evitar riscos é
ensinar os pequenos sobre as condutas de segurança e ser o exemplo. “Crianças
aprendem pelo modelo”, complementa a doutora.
Beijos
@conversinhadmae
Informações
e infográfico: ONG Criança Segura
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