O boletim
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgado esta semana
mostra que entre os anos de 2009 e 2011 aumentou em 75% o consumo do
medicamento para tratar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDHA) – o metilfenidato – entre crianças de seis a 16 anos. O Boletim de
Farmacoepidemiologia é feito com base nos dados coletados a partir dos
registros do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC)
da Anvisa.
Para
a coordenadora do SNGPC, Márcia Gonçalves, o estudo realizado contribui para
identificar possíveis sinais de distorção de uso dos produtos e no trabalho em
estratégias e enfrentamento do problema. “O monitoramento da prescrição e do
consumo pode ajudar na gestão de riscos associados aos medicamentos feita pelos
entes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária”, explica Márcia.
Em
2009, foram vendidas 156.623.848 miligramas (mg) do medicamento. Já em 2011, o
mercado atingiu um montante de 413.383.916 mg do produto. O boletim aponta
ainda que, em 2011, foram comercializadas 1.212.850 caixas do referido
medicamento nas farmácias e drogarias do país. Esse número representa uma alta
de 28,2 % em relação a 2009 (557.588 caixas de metilfenidato), já considerando
o aumento do fluxo de informações recebidas pelo sistema da Anvisa neste
período.
A coordenadora
Márcia disse que chama a atenção a redução do consumo nos meses de férias e o
aumento no segundo semestre do ano. O gasto estimado das famílias brasileiras
com o produto, em 2011, foi de R$ 28,5 milhões. Esse montante significa um
valor de R$ 778,75 por cada mil crianças com idade entre seis e 16 anos.
O maior
consumo do medicamento para TDHA nesses três anos analisados pelo boletim da
Anvisa foi registrado no Distrito Federal. Na região Norte, o estado de Rondônia
obteve o maior consumo de metilfenidato, entre 2009 e 2011. Já na região Sul, o
Rio Grande do Sul lidera o ranking de consumo no triênio estudado. O estado do
Piauí liderou o consumo do produto na região Nordeste, em 2009 e 2011. Na
região Sudeste, em 2011, o maior consumidor do medicamento foi o estado de
Minas Gerais.
O que é o TDHA
O Transtorno
de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um dos transtornos neurológicos do
comportamento mais comum da infância, que afeta de 8% a 12% das crianças no
mundo. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos
Estados Unidos, em 2007, considerou-se que aproximadamente 9,5% (5,4 milhões) de
crianças e adolescentes americanos de quatro a 17 anos tinham TDAH.
Estimativas
de prevalência de TDAH em crianças e adolescentes bastante discordantes foram
encontradas no Brasil, com valores de 0,9% a 26,8%. Embora a taxa de TDAH
diminua com o aumento da idade, pelo menos metade das crianças com o transtorno
têm sintomas incapacitantes que persistem na fase adulta.
O
diagnóstico do TDAH é complicado pela ocorrência de comorbidades, como
dificuldades de aprendizagem, transtornos de conduta e de ansiedade, e depende
fortemente de relatos dos pais e professores; nenhum exame laboratorial
confiável prevê esse tipo de problema. As crianças com TDAH têm dificuldade de
prestar atenção, controlar comportamentos impulsivos e, em alguns casos, são
hiperativas.
Beijos
@conversinhadmae
Fonte: Anvisa
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