Há
muito que ele é considerado um vilão pelos pediatras. Agora a “guerra” foi
definitivamente declarada contra os andadores. A Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP) iniciou uma campanha em todo país que visa abolir a
recomendação do uso de andadores para bebês. A intenção da entidade que
congrega mais e 16 mil pediatras brasileiros é evitar esse tipo de objeto que
considera como desnecessário e perigoso.
Os
especialistas dizem que o andador mais que ajudar no desenvolvimento da marcha
na fase que a criança começa a dar os primeiros passos acaba sendo muito
perigoso à integridade física dos bebês. Este ano, um bebê com nove meses de
idade, na cidade de Jequié, na Bahia, que estava em um andador caiu de uma escada
com cerca de dez degraus. Antes mesmo de chegar ao hospital, a criança morreu
depois de ter tido uma fratura cervical.
Não
é de hoje que a SBP se mostra contra ao uso dos andadores, pois não enxergam
nele alguns quesitos alegados pelos pais para seu uso, como segurança, independência
do bebê, o desenvolvimento e o exercício físico, entre outros. Estudos feitos por
pediatras mostraram que a cada ano são realizados cerca de dez atendimentos nos
serviços de emergência para cada mil crianças com menos de um ano de idade,
provocados por acidentes com o andador.
Isso
significa que há pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três
crianças que utilizam o andador. “Em um terço dos casos, as lesões são graves,
geralmente fraturas ou traumas cranianos, necessitando hospitalização. Algumas
crianças sofrem queimaduras, intoxicações e afogamentos relacionados
diretamente com o uso do andador, mas a grande maioria sofre quedas; dos casos
mais graves, cerca de 80% são de quedas de escadas”, diz a SBP em artigo
publicado em seu site no qual defende sua posição contrária à recomendação do
andador.
Para
os pediatras, o andador confere independência à criança, mas numa fase em que
ela ainda não tem noção de perigo, o que acaba contribuindo para o maior risco
de traumas. “Colocar um bebê de menos de um ano num verdadeiro veículo que pode
atingir a velocidade de até 1 m/s equivale a entregar a chave do carro a um
menino de dez anos”, alertam os pediatras.
Além
disso, eles dizem que o andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança,
ainda que não muito. Isso porque bebês que utilizam andadores levam mais tempo
para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm
escores inferiores nos testes de desenvolvimento. O exercício físico é muito
prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele confira mais mobilidade e
velocidade, a criança precisa despender menos energia com ele do que tentando
alcançar o que lhe interessa com seus próprios braços e pernas.
Em
alguns países, a comercialização de andador já é proibida, como o Canadá. Em outros
da Europa e nos Estados Unidos estudam implantar lei semelhante para evitar
mais crianças vítimas. O Brasil dá os primeiros passos nesse sentido. Com o
início da campanha da Sociedade Brasileira de Pediatria, a Associação
Brasileira de Produtos Infantis (Abrapur)
classificou como um retrocesso tentar proibir andadores. Ela defende que se
crie uma regulamentação para a venda do produto, a exemplo do que já existe com
outros voltados para o público infantil. Essa semana, a SBP e o Inmetro se
reuniram para discutir a questão.
Eu
mesmo nunca usei andador para minha filha mais velha, Beatriz. Sempre achei
meio arriscado. Ver a criança disparando naquele “carrinho” cheio de rodas, com
passos descompassados não é uma visão das mais estimulantes no que se refere ao
desenvolvimento da criança. E com tantos pontos negativos apontados por
especialistas, acho que é o caso de, realmente, se pensar duas vezes.
E
qual a opinião de vocês? Seus filhos usaram? Digam aqui o que acham.
Beijos
@conversinhadmae
Com informações do site SBP
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